quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Strange feelings

   Sinto como se estivesse sentindo menos. Parece que meus pêlos já não arrepiam mais. Meu coração? Vai muito bem, obrigada. Só não acelera mais. Bate direitinho, nem demais nem de menos.  Sinto que faltam abraços, gestos em tempo real, cheiro de perfume, palavra ditas com a boca - e não digitadas numa tela touch. Acho que estamos fazendo isso errado. E, falando em erro, peço desculpas. Se essa falta preenche meus pensamentos é porque há uma culpada nessa história toda e admito: sou eu e minha ausência.  Faz um certo tempo que tirei férias do meu "eu social" - aquele que coloca o outro sempre em primeiro lugar, você me entende - e optei por uma vida mais adequada ao que eu realmente quero. Optei por não mais violentar minhas vontades e submetê-las à vontade do outro. Aquele "outro" que você conhece bem. Que todos nós conhecemos.  Fiz uma escolha "justa" como diria uma amiga; "sensata" como diria outro. "Permanente"? Talvez. A falta não tem sido de todo ruim. Ela tem sido uma escola...e uma escolha.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Sinal do destino

Coincidência - ou não - o texto da Martha Medeiros publicado na Revisto O Globo desta semana é bem parecido com este aqui, ó: Tenho Face, logo existo.

Será que tenho uma carreira de cronista pela frente? Será esse um sinal do Cosmos?

quarta-feira, 21 de março de 2012

Bilhete de (des)amor

"Aqui está tudo o que era seu e estava lá em casa. Entenda: absolutamente tudo.

Devolva o note, por favor. Deixe-o na portaria do meu prédio e mande-me uma mensagem assim que o fizer. Que seja o mais breve possível. Certamente, preciso mais dele que de você.

Não me procura nunca mais.

Sem drama, com ressentimento.


P.S.: Se eu fosse você, buscaria ser menos covarde e mentiroso. Ah, e mudaria a senha do Facebook também. Fica a dica."

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Eu disse

E eu disse "é você que eu quero".
E esperei que você viesse e...
eu sei que você quis, mas não conseguia.
Lamento profundamente.
Você tem todos os medos e defesas que um dia eu tive,
mas os meus se foram.
Faz tempo que descobri que estou pronta (sem qualquer medo)
para viver a história com o amor da minha vida.
Mas se você não me reconheceu, não era você.
Engano meu.

[paráfrase poética do texto escrito por Lena - é, me sinto íntima dela - publicado aqui]


domingo, 1 de janeiro de 2012

Quando clichês são tudo o que tenho

     Quem me conhece sabe: não gosto de clichês. Não gosto. São completamente vazios de sentimento. Vêm quando a gente não sabe o que dizer, não tem o que dizer, não deveria dizer nada e diz. Diz porque por vezes não aceitamos que há momentos em que palavras são absolutamente desnecessárias. E há vários desses momentos em nossas vidas. Recentemente, vivi duas situações em que me vi vomitando clichês: morte do pai de um amigo e desejo de feliz ano novo a alguém por quem não sinto nada além de respeito.
        Na primeira situação, diante da impossibilidade de contato físico real com a pessoa - o que pra mim é  quase sempre melhor - falamos ao telefone. Eu não sabia. Era tarde, de madrugada, por volta de 3 da manhã. O vi online no MSN e senti uma vontade enorme de falar com ele. Mandei um singelo "oi". Foi o bastante. Ali fiquei sabendo da notícia: ele estava se arrumando para viajar para Minas e iria me ligar no caminho para o aeroporto. Seu pai falecera naquele dia por conta de um acidente de moto. Fiquei sem chão. Pensando em milhares de coisas que poderia dizer para consolar o inconsolável. Nervosa, esperando ele me ligar. Ele ligou e por não saber o que dizer, eu disse "É...acontece...são coisas da vida...Deus está com você...vai tudo ficar bem". Essa é uma típica situação em que a gente não precisa dizer nada. Um abraço de amigo e um olhar de amor são mais que suficientes para se ajudar a sarar a ferida para qual só o tempo tem o cicatrizante.
       Na segunda situação, recebi uma ligação que não esperava. Sabe aquelas ligações que te fazem balançar a cabeça e dizer "puuuuuuuuuuuuutz", depois de ver o número no visor de celular? Então, era dessas. A pessoa é boazinha, meiguinha, chatinha, enjoadinha, minha amiguinha e ligou para me desejar "Feliz Ano Novo. Saúde, paz, felicidade, amor e muito dinheiro no bolso". Mais uma vez, na falta do que dizer, disse "Pra você também. Tudo o de melhor". Quer algo mais sem graça e sem sentido do que dizer "Pra você também. Tudo o de melhor"!? Eu, na verdade, não queria dizer nada. Não queria nem ter atendido o telefone, mas o fiz. Por educação, por respeito, mas não por amor. Essa é daquelas situações em que a gente simplesmente não tem o que dizer, não deveria dizer nada e diz para não ficar mal.
       Por que a gente diz? Não é melhor ficar mal, mas ser sincero? Um fingido "Tudo de bom" não é pior que um sincero "Obrigada" seguido de um silêncio? Para não calarem, para isso servem os clichês! Recorro, então, aos ensinamentos de minha sábia mãe: quando não se tem o que dizer, melhor ficar calada.