Não me entenda mal, mas
é o mesmo que morar com seu melhor amigo pelo resto da vida.
Cinco dias nas férias, OK. Mas a vida toda!?
Conseguiria eu suportar a
superorganização de minha querida amiga N.? Um armário organizado
por cores em degradê. É demais para minha fobia de
superorganização. Dê-me uma escrivaninha bagunçada, mas não me
dê um arquivo organizado por numeração!
Será que ela aguentaria
a minha mania de deixar toalha molhada em cima da cama? Ou ainda, de
uma vez a cada dois meses iniciar o meu processo de arrumação de
armário, o qual se prolonga por mais dois? Um armárío por vez e
coisas espalhadas até encontrarem sua gaveta-final.
Será que eu suportaria a
superfofura de minha amiga M.? Meiguice é bacana, é legal, mas no
meu dia de fúria da TPM seria tortura! Muitas TPMs para o
nosso casamento resistir.
Será que ela me
aguentaria nas minhas manhãs de mau-humor sem motivo? OK, se é de
manhã, tem motivo. Como diz Garfield “I'd like mornings better
if they started later.” [Eu gostaria mais das manhãs se elas
começassem mais tarde].
Será que eu suportaria a
inteligência e a profundidade dos pensamentos de meu amigo F., após
um longo dia de trabalho e kilos de sono?
E ele? Será que teria
paciência com as minhas recorrentes crises existenciais? Mesmo que o auge delas calhasse de ser durante a final do Brasileirão? Acho difícil...
Bem, uma coisa é namorar, casar e depois se tornar melhor amigo. Outra bem diferente é ser melhor
amigo e depois namorar e casar. Desculpem-me os românticos crônicos, mas
isso de que “bons amigos dão bons casamentos” é, pra mim, estória pra boi dormir.