quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Eu disse

E eu disse "é você que eu quero".
E esperei que você viesse e...
eu sei que você quis, mas não conseguia.
Lamento profundamente.
Você tem todos os medos e defesas que um dia eu tive,
mas os meus se foram.
Faz tempo que descobri que estou pronta (sem qualquer medo)
para viver a história com o amor da minha vida.
Mas se você não me reconheceu, não era você.
Engano meu.

[paráfrase poética do texto escrito por Lena - é, me sinto íntima dela - publicado aqui]


domingo, 1 de janeiro de 2012

Quando clichês são tudo o que tenho

     Quem me conhece sabe: não gosto de clichês. Não gosto. São completamente vazios de sentimento. Vêm quando a gente não sabe o que dizer, não tem o que dizer, não deveria dizer nada e diz. Diz porque por vezes não aceitamos que há momentos em que palavras são absolutamente desnecessárias. E há vários desses momentos em nossas vidas. Recentemente, vivi duas situações em que me vi vomitando clichês: morte do pai de um amigo e desejo de feliz ano novo a alguém por quem não sinto nada além de respeito.
        Na primeira situação, diante da impossibilidade de contato físico real com a pessoa - o que pra mim é  quase sempre melhor - falamos ao telefone. Eu não sabia. Era tarde, de madrugada, por volta de 3 da manhã. O vi online no MSN e senti uma vontade enorme de falar com ele. Mandei um singelo "oi". Foi o bastante. Ali fiquei sabendo da notícia: ele estava se arrumando para viajar para Minas e iria me ligar no caminho para o aeroporto. Seu pai falecera naquele dia por conta de um acidente de moto. Fiquei sem chão. Pensando em milhares de coisas que poderia dizer para consolar o inconsolável. Nervosa, esperando ele me ligar. Ele ligou e por não saber o que dizer, eu disse "É...acontece...são coisas da vida...Deus está com você...vai tudo ficar bem". Essa é uma típica situação em que a gente não precisa dizer nada. Um abraço de amigo e um olhar de amor são mais que suficientes para se ajudar a sarar a ferida para qual só o tempo tem o cicatrizante.
       Na segunda situação, recebi uma ligação que não esperava. Sabe aquelas ligações que te fazem balançar a cabeça e dizer "puuuuuuuuuuuuutz", depois de ver o número no visor de celular? Então, era dessas. A pessoa é boazinha, meiguinha, chatinha, enjoadinha, minha amiguinha e ligou para me desejar "Feliz Ano Novo. Saúde, paz, felicidade, amor e muito dinheiro no bolso". Mais uma vez, na falta do que dizer, disse "Pra você também. Tudo o de melhor". Quer algo mais sem graça e sem sentido do que dizer "Pra você também. Tudo o de melhor"!? Eu, na verdade, não queria dizer nada. Não queria nem ter atendido o telefone, mas o fiz. Por educação, por respeito, mas não por amor. Essa é daquelas situações em que a gente simplesmente não tem o que dizer, não deveria dizer nada e diz para não ficar mal.
       Por que a gente diz? Não é melhor ficar mal, mas ser sincero? Um fingido "Tudo de bom" não é pior que um sincero "Obrigada" seguido de um silêncio? Para não calarem, para isso servem os clichês! Recorro, então, aos ensinamentos de minha sábia mãe: quando não se tem o que dizer, melhor ficar calada.