terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Repita comigo: ADULTA!"


     Sinto-me ridícula ao dizer isso, mas acabei de fazer uma descoberta que está mudando a minha vida paulatina, mas definitivamente: CRESCI. E foi assim de repente. Tão de repente que não tive tempo de largar minhas bonecas, achar a cabeça do meu dedão do pé e colocar o skate de novo no quartinho de entulhos.

     Não me dei conta de que crescer seria tão rápido. Não percebi! Juro que não vi o tempo passar. Num belo dia, acordei e pensei: sou adulta, sou mulher; não posso mais me descrever como “uma menina”. Nossa, deixei de ser menina para ser mulher. Mas, pera aí!, quando foi que isso aconteceu!? Logo eu que sempre ouvi “nossa, que menina madura para a idade”! A menina – hã,hã – mulher madura aqui nunca pensou que fosse ser tão difícil ser descrita como “adulta”. A-D-U-L-T-A. Quanta responsabilidade há nessas seis letrinhas! Diversões também, é verdade. Fato é que ser descrita, e pior!, me descrever como “uma adulta” é difícil pacas.



 (P.S.: Adultos falam “pacas” !? É, vá entender...)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

"Samba de uma nota só" feelings

"Quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada ou quase nada
Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada
Não deu em nada.
E voltei pra minha nota como eu volto pra você
Vou contar com uma nota como eu gosto de você
E quem quer todas as notas: ré, mi, fá,sol, lá, si,dó
Fica sempre sem nenhuma, fique numa nota só."

(Tom Jobim em Samba de uma nota só)





sexta-feira, 7 de outubro de 2011

As melhores coisas da (minha) vida


     Sem a mínima pretensão de ser original, resolvi elaborar uma lista das melhores coisas da vida. Logicamente, que a lista é completamente tendenciosa e parcial, visto que por mim é que ela foi criada e, portanto, é com os meus óculos que a imagem de “melhor coisa da vida” foi formada. Aviso de pronto que qualquer semelhança com a sua lista não é mera coincidência e que faço questão de acreditar nisso.

     Eis a lista:

  • Conversar, jogar ou fazer nada com amigos, madrugada afora até que os olhos fiquem embaçados de tanto sono;
  • Tomar uma Coca bem gelada quando dá vontade;
  • Receber AQUELE telefonema que você espera ansiosamente;
  • Ouvir vários "Parabéns!” e desejos de felicidade eterna no dia do aniversário (já que não tenho facebook, orkut ou similares, registro aqui – e espero um telefonema seu! - é 25 de abril);
  • Ganhar um presente fora de época;
  • Abraçar, beijar e perturbar quem você ama;
  • Ler um livro deitado na rede, ouvindo o barulhinho da chuva e sentindo cheiro de terra molhada;
  • Estar verdadeiramente à vontade com gente para quem não vai fazer diferença se você está maquiado, penteado ou barbeado;
  • Dormir (top 3!);
  • Comer;
  • Brincar de correr (isso envolve futebol, handball, pique alguma coisa e demais brincadeiras de criança);
  • Falar um outro idioma;
  • Aprender alguma coisa nova;
  • Ter amigos imensuravelmente inteligentes e doidos de pedra;
  • Entender um pouquinho mais de Deus;
  • Ter mãe e pai por perto;
  • Receber um elogio quando você realmente menos espera (ou acha que menos merece); e
  • Ter sensibilidade para perceber o que realmente te faz bem. Afinal, sem isso, todos os demais itens da lista não valem de nada.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A virgem e o chá de lingerie


     Recentemente fui ao chá de lingerie de uma noivinha amiga minha cujo blog bem humorado é este aqui. O evento foi interessantíssimo, divertissímo e erótico no ponto. Não passou do limite do sensual para cair no vulgar. Cheguei lá por volta de 15h junto com Larissa. Estávamos supercuriosas para ver com quantos sutiãs, calcinhas, vibradores e algemas de pelúcia se fazia um chá de lingerie.
   Aliás, abre parêntese, prometi umas fotos a um amigo, mas diferentemente do que imaginava, não havia mulheres seminuas trocando lingerie umas com as outras. Só a noiva é que ficou seminua. Brincadeirinha! Nem a noiva, obviamente! Só Tiago, o noivo, é que terá o privilégio. Fecha parêntese.
     Continuemos. O chá foi uma graça. A decoração e o buffet esbanjaram bom gosto: eram bolas de oncinha caindo do teto, copos descartáveis personalizáveis, quitutes deliciosos e docinhos em formato de espartilho. Nos divertimos bastante. Madrinhas, sogras, amigas e noiva eram só gargalhadas na tradicional hora de pagação de mico. O esquema para presentear a pobre noivinha era o de recompensas: um mico, uma calcinha; dois, um sutiã.
     Após as típicas brincadeirinhas, a coisa esquentou. Entrou em cena uma “personal sex” cuja proposta era nos dar uma aula de sedução. A aula foi na verdade uma vitrine de produtos eróticos. Foi desde brilho labial que provoca ereção a bolinhas para pompoarismo, passando por perfumes com feromônios, gel para massagem erótica e lubrificante de última geração. Ui, ficou quente de repente? Ou sou só eu?
     Confesso que fiquei meio cabreira assim que, ao se apresentar, a professora utilizou a seguinte expressão: “sou graduada e pós-graduada em marketing”. Hum, não sei, mas esse negócio de graduação em marketing não me cheirou bem. Fosse ela uma psicanalista, psicóloga, ginecologista OK, mas marketeira!? Não confio em gente que me convence de que eu preciso de algo que até aquele momento não fazia a mínima falta na minha vida – e que provavelmente nunca fará. Enfim, após a palavra “marketing” tudo me pareceu meio falcatrua, mas não foi isso que me motivou a escrever este texto.
     Na verdade, a motivação veio do tal “perfume dos feromônios”. A proposta do perfume é simples: duas gotinhas atrás de cada orelha e todos os homens do mundo ao seus pés. Pensei no seguinte: isso não seria uma manipulação dos acontecimentos naturais? Afinal, o grande quê do amor não é você descobrir que está accidentaly in love? Comentei isso com Larissa, ao que ela respondeu: “mas, Vanessa, isso é como a maquiagem, a roupa e o brinco que a gente usa! O perfume é só uma forma de conquistar ativando um outro sentido, o olfato”. A resposta de Lari me tranquilizou, mas não me convenceu. Por algum motivo, não acho que sejam a mesma coisa. Continuei martelando e o comentário de Larissa me fez lembrar uma pequena estória contada por outra amiga, Heloísa. Ei-la:

Casal na hora H

Homem supreso: Ué, cadê seus peitos!?
Mulher cinicamente tranquila: No varal, amor.

      Peitos no varal, feromônios atrás da orelha. Serão a mesma coisa? Não sei... Fato é que caso eu usasse o tal perfume, me sentiria como se estivesse enganando meu parceiro, trapaceando o acaso do amor, facilitando demais as coisas. Isso é, se de fato o tal perfume funcionasse.
     A lembrança da tal estorinha me faz cair numa contradição: peitos falsos, OK; feromônios, não. Mas por quê? Por que sutiãs de enchimento são antigos e populares e perfumes de feromônios não? Será que algum dia os perfumes de feromônios poderáo ser comprados na Citycol? Ou, outra, será que no amor – no mítico amor com A maiúsculo – peito, bunda e feromônios fazem diferença? Well, termino esse texto com muitas perguntas. Alguém aí tem a resposta para elas?

domingo, 2 de outubro de 2011

Ih, tava ligado!?


     Madonna disse uma verdade numa coletiva, ao pensar que seu microfone estava desligado. Disse detestar hortênsias, logo após um fã lhe entregar um buquê das flores lilás e virar as costas. Como não pôde ser diferente, a mídia fez alarde “Um absurdo ela ter dito isso!”, “Quanta indelicadeza!”, “Gafe!”.

      Isso me fez refletir sobre as vezes em que queremos que o outro diga alguma coisa – de preferência bem comprometedora – sem ao menos desconfiar de que nossos ouvidos estão atentos a qualquer murmuro, pois mal sabe ele que o microfone à sua frente está ligado. Não sei você, mas volta e meia me vem essa vontade de ouvir do outro o que ele REALMENTE pensa. Algo que talvez nem ele saiba que pense.

       Esse episódio me fez pensar também no microfone. Esse microfone pode ser um parente, um amigo, uma pessoa qualquer que ouve a conversa despretensiosa desse outro e passa adiante a informação cujo destino era ficar guardada entre a boca de quem fala e a memória de quem ouve. O problema, no entanto, está no meio: é no ar que a informação se perde. É entre a boca de quem fala e os ouvidos de quem ouve que talvez o que não deveria ter sido dito é dito e alcança outros ouvidos que não eram sua original destinação final.

        Pois bem, absurdo, indelicadeza ou gafe fato é que Madonna disse o que pensou, sem perceber que de silencioso seu pensamento não teria nada, pois – ops! - seu microfone estava ligado. Absurdo, indelicadeza ou gafe talvez a liberdade esteja no fato de dizermos o que pensamos sem que sequer pensemos no microfone. Hum, ou não. Começo a desconfiar que a liberdade está no fato de não pensarmos tanto no que o outro pensa ou deixa de pensar, na ausência ou na presença de um microfone ligado. Será?