Recentemente fui ao chá
de lingerie de uma noivinha amiga minha cujo blog bem humorado é
este
aqui. O evento foi interessantíssimo, divertissímo e erótico
no ponto. Não passou do limite do sensual para cair no vulgar.
Cheguei lá por volta de 15h junto com Larissa. Estávamos
supercuriosas para ver com quantos sutiãs, calcinhas, vibradores e algemas de pelúcia se
fazia um chá de lingerie.
Aliás, abre parêntese, prometi umas fotos a um amigo, mas diferentemente do que imaginava, não havia mulheres seminuas trocando lingerie umas com as outras. Só a noiva é que ficou seminua. Brincadeirinha! Nem a noiva, obviamente! Só Tiago, o noivo, é que terá o privilégio. Fecha parêntese.
Continuemos. O chá foi uma graça. A
decoração e o buffet esbanjaram bom gosto: eram bolas de oncinha
caindo do teto, copos descartáveis personalizáveis, quitutes
deliciosos e docinhos em formato de espartilho. Nos
divertimos bastante. Madrinhas, sogras, amigas e noiva eram só gargalhadas
na tradicional hora de pagação de mico. O esquema para presentear a
pobre noivinha era o de recompensas: um mico, uma calcinha; dois,
um sutiã.
Após as típicas
brincadeirinhas, a coisa esquentou. Entrou em cena
uma “personal sex” cuja
proposta era nos dar uma aula de sedução. A aula foi na verdade uma
vitrine de produtos eróticos. Foi desde brilho labial que provoca
ereção a bolinhas para pompoarismo, passando por perfumes com
feromônios, gel para massagem erótica e lubrificante de última
geração. Ui, ficou quente de repente? Ou sou só eu?
Confesso que fiquei meio cabreira assim que, ao se apresentar, a
professora utilizou a seguinte expressão: “sou graduada e
pós-graduada em marketing”. Hum, não sei, mas esse negócio de
graduação em marketing não me cheirou bem. Fosse ela uma
psicanalista, psicóloga, ginecologista OK, mas marketeira!? Não
confio em gente que me convence de que eu preciso de algo que até aquele
momento não fazia a mínima falta na minha vida – e que provavelmente nunca
fará. Enfim, após a palavra “marketing” tudo me pareceu meio
falcatrua, mas não foi isso que me motivou a escrever este texto.
Na
verdade, a motivação veio do tal “perfume dos feromônios”. A
proposta do perfume é simples: duas gotinhas atrás de cada orelha e
todos os homens do mundo ao seus pés. Pensei no seguinte: isso não
seria uma manipulação dos acontecimentos naturais? Afinal, o grande
quê do amor não é você descobrir que está accidentaly
in love? Comentei isso com
Larissa, ao que ela respondeu: “mas, Vanessa, isso é como a
maquiagem, a roupa e o brinco que a gente usa! O perfume é só uma
forma de conquistar ativando um outro sentido, o olfato”. A
resposta de Lari me tranquilizou, mas não me convenceu. Por algum
motivo, não acho que sejam a mesma coisa. Continuei martelando e o
comentário de Larissa me fez lembrar uma pequena estória contada
por outra amiga, Heloísa. Ei-la:
Casal
na hora H
Homem
supreso: Ué, cadê seus peitos!?
Mulher
cinicamente tranquila: No varal, amor.
Peitos
no varal, feromônios atrás da orelha. Serão a mesma coisa? Não
sei... Fato é que caso eu usasse o tal perfume, me sentiria como se
estivesse enganando meu parceiro, trapaceando o acaso do amor,
facilitando demais as coisas. Isso é, se de fato o tal perfume
funcionasse.
A lembrança da tal
estorinha me faz cair numa contradição: peitos falsos, OK;
feromônios, não. Mas por quê? Por que sutiãs de enchimento são
antigos e populares e perfumes de feromônios não? Será que algum
dia os perfumes de feromônios poderáo ser comprados na Citycol?
Ou, outra, será que no amor – no mítico amor com A maiúsculo –
peito, bunda e feromônios fazem diferença? Well, termino esse texto com
muitas perguntas. Alguém aí tem a resposta para elas?