quarta-feira, 3 de julho de 2013

Sete livros e a conta, por favor!

     Depois de um mês e quase dois livros de crônica (digo "quase" porque estou nas dez páginas finais do segundo), começo a me sentir verdadeiramente feliz, leve e em paz. E isso me faz pensar na estreita relação que há entre o tempo e o que fazer com ele. 
     Eu poderia chorar, esbravejar, espernear e amaldiçoar minhas escolhas passadas e futuras; eu poderia xingar, resmungar e sair espalhando pragas por aí (ainda que em pensamento, porque sou uma boa menina); eu poderia, até mesmo, deixar de comer e viver enlutada. Na verdade, eu poderia, pude e fiz. Mas tudo isso foi por um tempo necessário e que hoje, olhando para trás, percebo que foi cronologicamente tão curto, mas emocionalmente suficiente. Decidi, inspirada por amigos e mãe (Deus, mais uma vez, obrigada pelo privilégio de ter essas pessoas por perto!), revisitar minhas escolhas, reencontrar comigo, reavaliar o tamanho do meu mundo e ultrapassar meus limites (se é que os temos). E fiz isso: uma das minhas providências foi ir à uma livraria e viver a experiência de comprar um livro por prazer e não por obrigação. E que delícia foi viver isso! Até chorei. E saí de lá não com um, mas com seis pra mim e mais um que dei de presente. A fome de comida que eu não tinha (o que me fez até perder uns quilinhos! \o/), transformei em fome de cultura. E comecei a devorar meus novos livros - como diz Rubem Alves, o que um escritor mais quer é que seus livros sejam antropofagicamente lidos. Bem, Rubem, acho que você tem razão. Devorando-os, fui sarando e sarando e sarando. A úlcera que outrora havia, transformou-se em inspiração e em conhecimento. O tempo do luto passou a ser o tempo da redescoberta de alguém que adormecia em mim; de alguém que estou gostando de (re)conhecer.